sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Capitulo 20 – “A noite de Ano Novo”

O dia estava quente, e seu Coutinho ainda esperava ser atendido por Erick, porém o rapaz estava demorando muito para atender a sua cliente. Seu Coutinho pesquisou muitas coisas sobre Erick, não só coisas que o incriminasse, mas coisas sobre seu trabalho, seu dia a dia e pelo que soube, Erick era muito competente e seu salão um dos melhores. “Talvez a demora para atender seja uma forma de me evitar” – pensou seu Coutinho. “Mas como ele saberia quem sou?”
Seu Coutinho deixou esses pensamentos de lado. Deveria concentrar-se somente nas investigações, pois mesmo que Erick o estivesse evitando, ele não iria sair dali. Abriu seu jornal e começou a ler algumas matérias, apenas para parecer despreocupado. O jornal não era daquele mesmo dia, a maior parte das matérias, todos estavam cansados de ver. Havia matérias sobre estupros, assaltos, política, na saúde já não falavam muito sobre a gripe suína, só havia um pequeno quadro dizendo que um ator muito famoso estava com suspeitas da gripe. O jornal era de dias atrás, mas continha uma coisa valiosa, uma matéria que falava sobre a noite do ano novo, o que aconteceu na casa de Felipe. A matéria era curta, mas propunha que Eduardo havia sido assassinado, deste modo os convidados eram suspeitos.
Depois de muito esperar, finalmente a mulher foi embora e Erick veio até Coutinho e disse que poderia atendê-lo. Não passou muito tempo e Coutinho decidiu que era hora de começar o que veio fazer. Abriu o jornal novamente e foi direto na matéria sobre Eduardo.
“Nossa, quanta coisa triste nos jornais. Todo dia leio a mesma coisa, só tragédias, poucas noticias boas.”- começou seu Coutinho.
“Pois é” – disse Erick sem emoção.
“Triste mesmo foi o caso daquele empresário, parece que se chamava Eduardo. O rapaz era novo e morreu na noite de ano novo, parece que ele foi assassinado. Que coisa estranha, não é?”
“É, mas todos morrem, não é? A única coisa que muda é a maneira como morremos.”
“Sim, meu rapaz, concordo com você. Mas ainda assim, um assassinato é uma coisa embaraçosa.”
Coutinho ficou esperando Erick dizer alguma coisa, quando percebeu que este não iria dizer nada, resolveu continuar:
“E como passou o ano novo? Foi divertido?” – perguntou seu Coutinho, em um tom animado.
“Passei bem, foi tudo tranqüilo. Comemorei com alguns amigos. E o senhor?” – disse Erick, agora em um mais agradável.
“Ah, sou um velho, fiquei em casa mesmo” – respondeu Coutinho, agora perdido em seus pensamentos.
“Mas então, meu rapaz...” – disse Coutinho, tentando retomar ao assunto.
“Já está pronto!”- interrompeu Erick.
O celular de Erick toca, este vai a um canto mais reservado e atende:
“Você vem pra cá agora? Por que não me consultou antes?” – disse Erick tentando conter o nervosismo.
“Está bem, pode vir, vou fechar o salão”. E desligou o telefone.
Coutinho foi embora do salão, pois não havia mais porque ficar ali. Entretanto, estava ainda mais confuso, foi ao salão tentar achar respostas, mas agora nada fazia sentido. Erick havia mentido sobre tudo e isto só aumentava as suspeitas de Coutinho sobre ele.

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