segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Capitulo 23 – “A noite de Ano Novo”

Fracasso era algo que Coutinho já estava acostumado, tentava sempre ter uma nota se quer de todos suspeitos que havia listado porém o máximo que conseguia era ser ignorado. Inconformado, resolveu usar outros métodos para procurar novas pistas.

Na segunda-feria resolveu ficar metade do dia na frente da casa de Isabel para localizar algo de estranho. O muro da fachada da casa era enorme, que Coutinho conseguia ver o telhado da mansão. Ficou até umas sete horas da noite e a única coisa que tinha acontecido foi que uma empregada da casa tinha colocado o lixo para fora. Coutinho indignado não teve opção, pegou os três sacos pretos e colocou no seu carro e foi para casa.

Ao chegar em casa resolveu abri-los para ver se achava algo, afinal, a semana inteira foi um fiasco total, mexer em alguns lixos não iria piorar. Ao revirar todo o detrito viu como a mulher era consumista, tinha potes e potes de creme, muita comida desperdiçada e até jóias no lixo. Tinha algo que lhe chamou muita atenção, tinham vários potes de remédio chamado Rophynol, achou estranho e foi pesquisar o que era. Achou na internet que era um remédio fortíssimo para pessoas que possuem insonia ou dificuldade para dormir. O velho coçou sua barba mal feita e ficou pensando e fez uma relação genial. Ele pensou que ela estaria tomando todos esses remédios por não conseguir dormir à noite, devido ao seu crime, ficou com um peso na consciência muito pesada e necessitava usar drogas para apagar. Tudo fazia um pouco de sentido mas resolveu ir atrás disso.

No dia seguinte ficou de novo em frente a casa da viúva, porém logo pelas dez da manhã ela saiu de casa com seu chofer, e Coutinho rapidamente ligou o carro e foi segui-los. Acompanhava sempre se distanciando um pouco para não ser percebido até que depois de uns vinte minutos ela parou em frente a uma clínica médica, esperou ela entrar e foi atrás. Na recepção não tinha ninguém exceto a secretária, Isabel já havia entrado em consulta pensou Coutinho, e resolveu confirmar.
- Por favor, a dona Isabel já entrou na sala? - perguntou Coutinho.
- Já sim, gostaria de alguma coisa? - perguntou a se
- Não, muito obrigado, eu espero ela sair. - respondeu Coutinho

Coutinho ficou mudo, ainda estava pensando no que fazer. Mas a própria secretária o ajudou. O celular dela tinha tocado e ela parecia aflita e quando desligou disse:
- O senhor aguarda um instante que preciso resolver uma coisinha e já volto.

Coutinho sorriu brandamente e fez um sinal positivo com a cabeça e quando ela saiu foi correndo colocar o ouvido na porta onde estavam os dois.

- Você ainda continua tendo alucinações à noite? - perguntou o médico.
- Não doutor, com o remédio que me receitou tenho dormido que nem um pedra. - respondeu Isabel
- Sei, mas ainda não entendi a causa dessas insônias e alucinações, você passou por algo que a chocou muito? - perguntou o médico com um ar meio de insistência
- Você continua insistir nisso? Não importa o que aconteceu, eu apenas não consigo dormir. - respondeu meia irritada pois não queria tocar mais no assunto.
- Está bem então, continue tomando o mesmo remédio e aqui estão as receitas. - falou o médico.

Coutinho pulou da porta ao ouvir Isabel se levantar e saiu de mansinho da clínica.

Um comentário:

  1. Capítulo 24 “A noite de ano novo”

    Seu Coutinho abriu o guarda roupa, vestiu a sua velha camisa xadrez, aquela famosa bermuda marrom, seu par de meias sócias marrom para combinar com os sapatos e com a bermuda.
    Tomou aquele café, que ele sempre se admirou por ser tão bom. E saiu para mais um dia de seu passatempo atual, tentar descobrir o assassino de Eduardo.
    Seu Coutinho não entendia o porquê, mas esse caso parecia que ia ser muito especial para ele mesmo ou então seria o caso de sua vida.Por isso vivia atormentado ultimamente,coisa que nunca lhe aconteceu antes, pois seus anos de experiência na profissão sempre lhe deram segurança.
    Atormentado e confuso, com seu andar leve e tranqüilo pela rua, Seu Coutinho que não era religioso e nem nada, resolveu entrar em uma igreja que estava do outro lado da rua apenas para descansar e pensar. Coisa que nunca havia feito em toda sua vida, pois seu Coutinho desde cedo sempre odiou a Igreja e nunca gostou de entrar e falar dela.
    Quando começou a atravessar a rua seu Coutinho, confuso e inquieto, não viu se tinha algum carro passando, despercebido no meu da rua, escuta uma buzina, que estava tão perto que seu Coutinho deu um pulo ao escutar um jovem rapaz gritando dentro do carro, “TOMA CUIDADO ,SEU VELHO FILHA DA P***”, seu Coutinho como sempre foi educado, pediu desculpas ao rapaz e na igreja entrou.
    Ainda muito assustado com o que tinha acontecido , seu Coutinho se sentou em um dos bancos e começou a lembrar, de seus tempos de policial, das horas de tiroteio intenso, das perseguições, dos casos solucionados, de sua mulher que tinha falecido, de seus filhos que não falava mais, dos seus antigos sonhos de adolescente e de suas frustrações. Pensando em tudo isso, seu Coutinho se levanta, olha para o teto da igreja, na esperança de ver Deus e diz:
    -Ainda não acabou meu Deus, ainda tenho mais uma coisa para solucionar.
    Então, depois de dois minutos exatos de sua fala, nas portas da igreja surgi àquela pessoa que ele não sabia, mais ia mudar sua vida.

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