terça-feira, 3 de novembro de 2009

Segundo Capítulo - É a Vida

Já era manhã, quando Cínthia acordou em uma cama fedida num quarto imundo de uma pensão. Ao seu lado, um velho gordo e barbudo roncava como um porco. Cínthia não sabia como tinha chegado ali, certamente tinha se embriagado para realizar “seus serviços”.
Naquele momento Cínthia só queria uma coisa: jogar uma água no corpo e sair daquele lugar. Ela empurrou o velho para o lado e se levantou para ir ao banheiro, chegando ao banheiro, viu que este era muito pior que o quarto, teve até vontade de vomitar de tanto nojo, mas se segurou. Abriu o chuveiro e como já imaginava a água era pouca e gelada, mas Cínthia não ligou muito para isso, e com a água caindo em eu corpo, começou a pensar em sua situação e com isso chorou silenciosamente, ela sabia que já estava quase no fundo do poço e que não era essa vida que sonhou quando saiu da casa de seus pais, então começou pensar em soluções e viu que sua única saída era se relacionar com um homem rico que a tirasse dessa vida e pagasse suas contas, pois conhecia mulheres que fizeram isso e se deram bem. Cínthia saiu do banheiro, decidida a levar essa idéia a sério. Viu a carteira do velho no chão e abaixou para pegá-la, abriu e viu que só tinha vinte reais, ficou brava e xingou baixo o velho que ainda roncava e que nem se mexeu com os xingamentos, certamente a noite devia ter sido boa, para ele. Saiu da pensão com um pequeno sorriso e seguiu pela calçada em direção ao ponto de ônibus. Enquanto caminhava, viu que um homem estranho do outro lado da rua a observava, no primeiro momento ficou com um pouco de medo, mas depois viu que era um homem bem vestido e lhe surgiu a idéia de que este poderia ser o homem rico que estava imaginando, então começou a ficar mais interessada no rapaz e a olhar fixamente para ele, logo percebeu que este era feio, mas se tivesse dinheiro isso não seria problema. Cínthia deu uma piscadela para o rapaz que retribuiu com um sorriso e fez um gesto indicando para que Cínthia o seguisse. O rapaz começou a andar em direção a um velho Gurgel, que estava estacionado na frente de uma árvore, Cínthia ficou então observando para ver o que ele queria fazer e então o rapaz entrou no velho Gurgel e acenou de novo para Cínthia que fez uma cara de decepcionada com acena, pois viu que o rapaz não deveria ser rico, pois era dono de um carro velho. Cínthia viu que seu ônibus estava vindo e deu sinal para o ônibus parar e então entrou no ônibus que seguiu para sua casa, deixando o pobre rapaz dentro do carro a procurando.

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